Construção humana

Observando a vida, as relações sociais, depreendo o quão importante são os grupos sociais para a construção do ser humano. Nós nos construímos a partir de outra pessoas, de outras histórias, de valores e condutas que mesmo inconscientemente, adotamos ao nosso dia a dia. Nosso modo de viver e ver a vida, moldou-se num lento processo de aprendizagem e reprodução de hábitos alheios. Na primeira infância, assimilamos bem mais do que imaginamos. A repetição de gestos e palavras que presenciamos e ouvimos, acabam por encontrar eco no nosso íntimo processo de elaboração. Trazemos também limitações e aptidões, que se afiguram basilares no modo como interagimos nos ambientes sociais. Nossa capacidade de gerir conflitos e prazeres é moldada num longo processo de amadurecimento frente aos nossos perfis afetivo-emocionais. Por isso a grande importância da vida social para o homem que trabalha as raízes afetivas, estabelecendo a auto-confiança, fator definidor do seu sucesso em diversos setores da sua vida. A família aqui, é imprescindível e peça-chave no processo construtivo da nossa identidade. E a base familiar fragmentada em seus alicerces, pode ocasionar brechas irremediáveis no desenvolvimento do indivíduo. Alguns, experimentando o amargo gosto da ruína familiar, buscam amoldar-se à situação, seja buscando força na fé, seja lutando e sofrendo para vencer as adversidades próprias da situação aos quais estão relegados. Outros, de outra forma, buscam a fuga ilusória nos mais diversos vícios que degradam e desonram, impulsionando à quedas tão vertiginosas, quanto trágicas. Certo é, que, de uma forma ou de outra, sempre encontramos uma madeira à deriva após o naufrágio, onde poderíamos nos salvar… Só que, em muitas vezes, a cegueira ou o desequilíbrio, turvam nossa razão. Em outras o orgulho ou a vergonha falam mais alto. Daí, vemos os casos de desventuras voluntariamente escolhidas por pessoas que não importam-se em pagar um preço muito alto pelas decisões que resolveram tomar. Que possamos tirar desses numerosos exemplos que pululam ao nosso redor, valiosas lições, para acolhermos como pão de cada dia e dividir com aqueles que, conosco, dividem a longa caminhada rumo ao amadurecimento.

Karina Alcântara

Viver

A vida humana é complexa e cheia de atavios intrínsecos ao estilo que elegemos para nosso dia a dia. Na verdade, nos proporciona aprendizado, alegria, decepções, encontros e reencontros com os quais adquirimos lições valiosas, que nos servirão para toda a vida. Cada passo ou cada tombo, reflete nosso bom senso, irreflexão, prudência ou puramente, inconsequência, que mais cedo ou mais tarde, gerarão frutos doces ou amargos que teremos que consumir forçosamente. A bem da verdade, existe um meio de atravessarmos a tormenta de forma menos tempestuosa, que é a espiritualização: deixarmos durante o caminho, parte do fardo pesado que acumulamos desnecessariamente, através de pensamentos e atitudes arraigados pelo orgulho, intemperança, vaidade, soberba e outros males de maior ou menor proporção, que produzem um impacto profundo e decisivo para nossa derrocada moral no desenrolar de nossa vida. Utilizamos grande parte do nosso tempo, desperdiçando momentos valiosos com querelas infantis e levianas, quando deveríamos estar trabalhando em prol de nossa reforma interior. Nos reconstruirmos a cada dia, exige de nós força de vontade, humildade e nos curvarmos diante do nosso orgulho, verdadeira chaga moral. Muitas vezes, esse aprimoramento nos custa lágrimas amargas, choradas pelo nosso orgulho impensado, mas que, no final, nos oferece o prêmio maior que é estarmos mais humanizados e mais perto do que Deus deseja pra nós…

Karina Alcântara

De que vale

 

 

 

 

De que vale então, um rastro no chão, sem a intensidade da alma de quem pisa?

De que vale então, o amor falado sem a convicção de quem o sente?

De que vale então, o pensamento preso sem a oportunidade de elevá-lo?

De que vale então, a vida sem a certeza que o amanhã será de sol interior?

Vale sim, a intensidade dos sentimentos interiores quando positivos.

Vale sim, o amor falado e executado na sua verdadeira essência.

Vale sim, a vida vivida com a esperança do amanhã.

Vivamos sim, apesar dos contratempos e desafios que oportunizem em nós a desesperança e o desestímulo, e cultivemos em nós a luz interior que nos fará ascender interiormente no nosso processo de construção pessoal.

 

Leveza

A leveza que podemos trazer na alma, deve ser diluída em gestos, palavras e pensamentos. O cotidiano da individualidade humana é matizado de situações antagônicas que terminam por criar na mente um ambiente saturado de emoções que interferem nas relações sociais seja de forma negativa ou positiva. O que vai definir a intensidade e o gênero dessas relações é a capacidade que o indivíduo tem de gerenciar os conflitos que advirão como válvula de escape. A serenidade é atributo de grande importância na vida de nós, seres humanos, no momento que constrói e solidifica a base de todo e qualquer tipo de interação social. Sejamos leves internamente em nossos nossos gestos e pensamentos, como o voar das borboletas…

Tempo para Sonhar

 

Tenho presenciado pessoas desgastadas, frustradas ou simplesmente desestimuladas na qualidade de sonhar. Precisamos dos sonhos para construirmos projetos e edificá-los. É importante para nosso engrandecimento pessoal estarmos conectados com essa expectativa de auto-realização, mas sem esquecermos que somos passíveis de quedas oriundas de decisões que para nós, pareciam adequadas no momento. O certo é que apostamos todas as fichas em um projeto que idealizamos, que acalentamos em nosso íntimo, com a certeza de obtermos o êxito desejado. Alguns de nossos projetos saem a contento, mas outros não.  E é aí que mora a sabedoria… São nesses momentos tortuosos que muitas pessoas aprendem lições valiosíssimas, que lhe valem para uma vida inteira. São nos desacertos dos nossos caminhos, que reencontramos a fórmula da perseverança e do aprendizado. Resta-nos ter humildade para aceitar os deslizes como pérolas de renovação. Não adiantará de nada, vertermos o pranto amargo da derrota em contínuas exortações de pessimismo e terminarmos num comodismo doentio. O que temos a fazer é reconhecer em nós o potencial que temos para nos reerguer e nos direcionar rumo à realização de novos embates sobre novos prismas. É rechaçarmos o negativismo e a auto-destruição pela condição de vítimas, que muitos de nós deixamos nos levar. A auto-piedade é porta aberta para a degeneração emocional. Por isso, aprendamos todos com nossas quedas e desacertos, que eles são os degraus da nossa ascensão interior, quando bem assimilados.

Desafios na educação

Fico muitas vezes a refletir nos danosos efeitos de uma sociedade que não faz uso da leitura. Que não possui em seus pilares conjunturais um projeto de formação de leitores desde os primeiros passos do aprendizado escolar. Falo da realidade de muitas escolas públicas brasileiras, que não têm uma estrutura apoiada na parceria e no compromisso de autoridades competentes. Falo de professores que, imbuídos no objetivo de formar cidadãos, deparam-se com muitos desafios. Falo da precária estrutura física de muitas escolas, que sofrem pelo descaso das autoridades. Penso eu que a base para a solução de muitos problemas sociais, reside na leitura, na informação, na formação de senso crítico. Mas ainda asdsim, com todos esses obstáculos, ainda vemos professores extremamente engajados com a verdadeira missão a qual foram submetidos no momento em que escolheram sua profissão: educar. O empenho, a luta, sobretudo, o amor à profissão, os fazem superar desafios tamanhos pela simples missão de formar cidadãos, de encaminhar os pequeninos que chegam às suas mãos e os alimentar com o saber para que possam no futuro, andar com seus próprios passos e contribuir para o processo de desenvolvimento da sociedade onde vivem.

Efetivamente

Vigiar não é desconfiar. É acender a própria luz, ajudando os que se encontram nas sombras.

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Defender não é gritar. É prestar mais intenso serviço às causas e às pessoas.

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Ajudar não é importante. É amparar, substancialmente, sem pruridos de personalismo, para que o beneficiado cresça, se ilumine e seja feliz por si mesmo.

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Ensinar não é ferir. É orientar o próximo, amorosamente, para o reino da compreensão e da paz.

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Renovar não é destruir. É respeitar os fundamentos, restaurando as obras para o bem geral.

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Esclarecer não é discutir. É auxiliar, através do espírito de serviço e da boa-vontade, o entendimento daquele que ignora.

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Amar não é desejar. É compreender sempre, dar de si mesmo, renunciar aos próprios caprichos e sacrificar-se para que a luz divina do verdadeiro amor resplandeça.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.

Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

Abençoa Senhor

Abençoa, Senhor esta Casa singela,
Onde a luz do Evangelho esplende, soberana,
E onde encontra guarida a imensa caravana
Dos tristes corações que a prova desmantela.

Neste pouso de paz onde a fé nos irmana,
Em torno do ideal que ao mundo se revela,
A Caridade é sempre atenta sentinela,
Estendendo os seus braços à penúria humana.

Neste recanto amigo, à margem do caminho,
Ninguém procura em vão o conforto e o carinho,
Cansado de bater, chorando, porta em porta…

Porquanto a Tua voz na voz de quem ensina,
A mensagem de amor da Celeste Doutrina,
A renovar no bem a vida nos exorta!…

Auta de Souza